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A mostrar mensagens de fevereiro, 2021

Às minhas alunas

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  Às minhas alunas   Para celebrar estes dias de chuva, resolvi “ir” ao cinema, em casa, claro! Procurava, por um lado, uma motivação para as minhas aulas de 9º ano e por outro, aliviar este tempo de confinamento e descontrair um pouco. Já conhecedora da história desta película, não deixei a curiosidade de lado. Como não sou crítica de cinema, centrei-me apenas na história que se baseia em factos reais: a luta das mulheres inglesas pelo seu direito ao voto: “As Sufragistas”! O filme retrata a Inglaterra do início do século XX, mas por incrível que pareça, essa luta ainda continua em algumas partes do Globo, em pleno século XXI! Quero, na próxima aula do 9º ano, onde abordaremos o tema, “Os Loucos Anos 20”, mostrar aos meus alunos que esta luta ainda não está terminada e que Mulheres e Homens devem participar na vida política e social de forma equitativa e fraterna. Mostrar-lhes que só assim poderão, eles e elas, (alunos) construir um mundo mais justo, democrático e lib...

Uma canção antiga

                    Uma canção antiga           O céu,  hoje, deu uma trégua, abriu um pouco a cortina nostálgica que o tem escondido nestes últimos dias. Resolvi ir caminhar, consciente que iria desobedecer à obrigação de confinamento a que todos estamos sujeitos. Arrisquei...        Seria apenas uma pequena caminhada no meu passo ligeiro, contrariando o compasso sereno da música francesa que rodava nos meus ouvidos. O vento agreste fustigava-me o rosto, mas continuei.           Gosto de caminhar com o frio. Logo deixei o asfalto para me aventurar entre os pinheiros esguios que procuravam  o firmamento e curiosamente o vento serenou. Então corri, corri enquanto este meu coração me deu permissão e  as minhas pernas lhe obedeceram. Corri e ia saltitando afastando-me dos pequenos charcos que se atravessavam no meu caminho. Senti-me leve...

Olhares de inverno

Olhares de inverno  A minha janela vestiu-se de inverno... E de nuvens espessas emoldurou as árvores despidas e os pardais fugidios, As vidraças cintilam cristais que se alongam sem pressa, como estes dias de cinza... Da minha janela oiço o vento,  agitam-se as azáleas que rasgam de verde a tarde opaca,  vislumbro as violetas, trémulas e minúsculas... Quase lhes sinto o doce perfume. Da minha janela, o céu vai-se fechando, não tarda a trancar a noite,  e brandamente aconchegá-la com colchas de neblina. Corro as cortinas,  lá fora... só o breu persiste... D.P.

Quando o fim chegar...

Quando o fim chegar...  Quero escrever sobre a eutanásia,  um tema delicado, íntimo até, doloroso, inquietante e por tudo isto: muito importante! Falar da morte é tão importante como falar da vida. Ser mãe, foi por exemplo, o meu maior desafio enquanto mulher. Dar a vida a uma criança é uma enorme responsabilidade. Mas todos sabemos que o nascimento quase se banalizou, perdoem-me a crueza da palavra, mas nem sempre nascer é um ato de amor, de amor responsável... Mas voltemos à morte! Sim, é dura esta palavra! E mais dura se torna nesta nossa mentalidade judaico-cristã em que quase todos nós nascemos e fomos educados. Portugal, país tradicionalmente católico, mas um Estado laico, aprovou a lei da morte medicamente assistida, que fez e ainda há-de fazer correr muita tinta. Eu também me interroguei, (e interrogo) muitas vezes da legitimidade dessa decisão dizer única e somente respeito àquele que  quer morrer.  Mesmo que eu entenda esta lei, a morte assusta-me, mas assu...