Uma canção antiga
Uma canção antiga
O céu, hoje, deu uma trégua, abriu um pouco a cortina nostálgica que o tem escondido nestes últimos dias. Resolvi ir caminhar, consciente que iria desobedecer à obrigação de confinamento a que todos estamos sujeitos. Arrisquei...
Seria apenas uma pequena caminhada no meu passo ligeiro, contrariando o compasso sereno da música francesa que rodava nos meus ouvidos. O vento agreste fustigava-me o rosto, mas continuei. Gosto de caminhar com o frio. Logo deixei o asfalto para me aventurar entre os pinheiros esguios que procuravam o firmamento e curiosamente o vento serenou. Então corri, corri enquanto este meu coração me deu permissão e as minhas pernas lhe obedeceram. Corri e ia saltitando afastando-me dos pequenos charcos que se atravessavam no meu caminho. Senti-me leve, leve e livre! Tirei o carapuço que me protegia a cabeça e os ouvidos e deixei que o ar frio me inundasse rosto deixando-o inerte e ali, sozinha, em plena natureza selvagem: sorri!
De novo na estrada, abri os braços de par em par e por um momento fechei os olhos sentindo a canção antiga que tocava naquele momento, Une femme amoreuse, de Mireille Mathieu e no meio daquele silêncio trauteei o refrão. A memória não me atraiçoou!... Ali, sozinha, podia desafinar à vontade, o importante era o que eu sentia: Felicidade!
E como dizia a canção, eu sou uma mulher apaixonada! Apaixonada pela vida, apaixonada pelas vidas que fui construíndo à minha volta. Afinal, não estava sozinha, tinha (tenho) a vida à minha volta e no meu coração a serenidade de quem está em paz!
Precisei daquele passeio, de caminhar, de correr como o fazia na infância. Era destemida, Uma Maria-Rapaz, dizia o meu pai! Brincava na rua, livre, sem medos. Também havia um pinhal, logo do outro lado da minha rua. E como eu gostava de trepar pelos muros que se esfarelavam sob os meus pezitos traquinas, mas quando atingia o morro seguro, olhava cá para baixo como um audaz timoneiro.
Como fui feliz do lado de lá da minha rua!
Hoje, longe, muito longe da minha infância, precisei de estar comigo e ter a certeza que a minha solidão me preenche porque todos os amo estão presentes, e de uma forma ou de outra caminharam ao meu lado.
Nunca estaremos sós enquanto a vida nos envolver no seu abraço de Amor e Liberdade.
Seria apenas uma pequena caminhada no meu passo ligeiro, contrariando o compasso sereno da música francesa que rodava nos meus ouvidos. O vento agreste fustigava-me o rosto, mas continuei. Gosto de caminhar com o frio. Logo deixei o asfalto para me aventurar entre os pinheiros esguios que procuravam o firmamento e curiosamente o vento serenou. Então corri, corri enquanto este meu coração me deu permissão e as minhas pernas lhe obedeceram. Corri e ia saltitando afastando-me dos pequenos charcos que se atravessavam no meu caminho. Senti-me leve, leve e livre! Tirei o carapuço que me protegia a cabeça e os ouvidos e deixei que o ar frio me inundasse rosto deixando-o inerte e ali, sozinha, em plena natureza selvagem: sorri!
De novo na estrada, abri os braços de par em par e por um momento fechei os olhos sentindo a canção antiga que tocava naquele momento, Une femme amoreuse, de Mireille Mathieu e no meio daquele silêncio trauteei o refrão. A memória não me atraiçoou!... Ali, sozinha, podia desafinar à vontade, o importante era o que eu sentia: Felicidade!
E como dizia a canção, eu sou uma mulher apaixonada! Apaixonada pela vida, apaixonada pelas vidas que fui construíndo à minha volta. Afinal, não estava sozinha, tinha (tenho) a vida à minha volta e no meu coração a serenidade de quem está em paz!
Precisei daquele passeio, de caminhar, de correr como o fazia na infância. Era destemida, Uma Maria-Rapaz, dizia o meu pai! Brincava na rua, livre, sem medos. Também havia um pinhal, logo do outro lado da minha rua. E como eu gostava de trepar pelos muros que se esfarelavam sob os meus pezitos traquinas, mas quando atingia o morro seguro, olhava cá para baixo como um audaz timoneiro.
Como fui feliz do lado de lá da minha rua!
Hoje, longe, muito longe da minha infância, precisei de estar comigo e ter a certeza que a minha solidão me preenche porque todos os amo estão presentes, e de uma forma ou de outra caminharam ao meu lado.
Nunca estaremos sós enquanto a vida nos envolver no seu abraço de Amor e Liberdade.
Hoje, fui feliz...
D.P.
Senti-me lá, contigo. Até o ar frio senti no rosto. Partilhei a mesma alegria e sentido de liberdade, a saudade e a companhia da solidão (partilhada por todos os que amamos e que nos amam)...
ResponderEliminarObrigada pela partilha.